Morre o professor João Veloso, fica seu legado como amigo, professor, historiador e pesquisador

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Publicado em: 30 de novembro de 2020

A Secretaria Municipal de Turismo e Cultura, da Prefeitura de Cunha, lamenta profundamente o falecimento, aos 75 anos, do eterno professor João José de Oliveira Veloso, ocorrido hoje (30 de novembro de 2020).

Uma perda irreparável para a nossa cidade, para sua cultura e para sua história.

Obras do Prof. João José de Oliveira Veloso

Tradução
a) A tradução de “The End of a Tradition: culture change and development in the município of Cunha, São Paulo, Brasil” (1971) de Robert W. Shirley – “O Fim de uma tradição” (1977), Editora Perspectiva – Secretaria da Cultura, Ciência e Tecnologia – São Paulo.

Livros
a) “Sá” Mariinha das Três Pontes – curandeira e vidente – 1994 – Expressão Gráfica Editora – São Bernardo do Campo – SP.
b)    “O Ambiente Natural Cunhense” (1996) – JAC. Gráfica e Editora – São José dos Campos, SP.
c)    “A História de Cunha – 1600-2010 – A Freguesia do Facão – A Rota da Exploração das Minas e Abastecimento de Tropas” (2010) – Centro de Cultua e Tradição de Cunha – JAC. Gráfica e Editora – São José dos Campos – SP.
d)    “A História de Zina – A saga de uma família da zona rural cunhense” – Centro de Cultura e Tradição de Cunha – 2014 – JAC, Gráfica e Editora.

Monografias
Cunha, Roteiro, Cultura (1976); “Trovas Cunhenses” (1977); Economia Agrícola no Município de Cunha (1979); Saudação à Padroeira de Cunha em seu ano jubilar (1981; Cem anos da Abolição da Escravatura em Cunha (1988); O Patrimônio da Igreja Católica Cunhense (1989); A Capela de N.S. Santana do Paraitinga (Santana Velha) 1993; A Imprensa em Cunha (1996); Os Vaz da Silva – Uma Grande Família Cunhense (2003); A Vitivinicultura Cunhense (2006).

Boletins:
De 1976 ao começo do ano 2000, o autor publicou algumas dezenas de boletins visando sobre muitos aspectos da historiografia cunhense.

Eis, portanto, alguns dos principais boletins:
      – A Igreja do Rosário dos Pretos
      – Irmandades Religiosas Cunhenses
      – Cemitério Municipal de Cunha
      – Igreja de Jesus, Maria e José da Boa Vista
       -Paróquia de N.S. dos Remédios de Campos de Cunha
       – Paróquia de N.S. da Conceição de Cunha – 260 Anos
       – Capela de N.S. da Lapa
       – Mercado Municipal
       – Cunha, 200 Anos de Município
       – Prefeitos Cunhenses
       – Irmãs Beneditinas Missionárias de Tutzing
        -Poetas e Escritores Cunhenses
       – Reformas da Igreja Matriz N.S. da Conceição
       – Tributo ao Seresteiro
       – Vilões do Passado
       – Folia do Divino
       – Sobrado da Prefeitura
       – Cunha Musical
       – Cerâmica Popular
       – As Paneleiras
       – Hotel do Rafaelo
       – Arquitetura Urbana Cunhense
       – A Cultura da Uva
       – Carta Aberta
       – Nossas Igrejas
       – Capela de N.S. da Lapa
       – Município de Cunha
       – O Candidato
       – Cunha: Estância Climática
       – Alto do Cruzeiro, Minha Infância
       – Um Comunicado
       – Irmã Leoni Hasler, uma cidadã cunhense
       – Santa Casa de Misericórdia
       – Comendador João Vaz
       – O Cinema em Cunha
       – Cunha Musical
       – Dr. Casemiro da Rocha

Um pouco do legado de João Veloso

João José de Oliveira Veloso nasceu em 05/11/1945, em Cunha, Estado de São Paulo, filho de José Veloso Sobrinho e Maria José de Oliveira Veloso, professor de inglês e português, aposentado da rede estadual, desde 2007, residente em Cunha.

Fez o curso primário no Grupo Escolar “Dr Casemiro da Rocha”, e o Ginásio no Colégio Estadual “Paulo Virgínio”, ambos em Cunha. Cursou a Escola Normal “Miss Martha Watts”, no Instituto Educacional Piracicabano, em Piracicaba, SP, de 1966 a 1968; de 1969 a 1972 cursou Letras com Inglês, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Av. Peixoto de Castro, em Lorena, SP, sendo a primeira turma mista a se formar nessa faculdade.

Desde 1972, dedicou-se a promover a cultura no município de Cunha, apoiado pelo Prof. Dr. Robert W. Shirley, antropólogo e brasilianista que viera reestudar mudança social em Cunha, como bolsista do Instituto de Estudos Latino-Americano, entre 1965 e 1966.

Em contato com esse professor que patrocinou seus estudos médio e universitário, veio a traduzir sua tese de doutorado sobre Cunha: “The End of a Tradition”  (1971), publicada pela Columbia University Press. A tradução realizou-se em 1977, publicada pela Secretaria da Cultura, Ciência e Tecnologia em parceria com a Editora Perspectiva, de São Paulo, com o título “O Fim de uma Tradição”.

Vendo a necessidade de um local onde pudesse concentrar dados históricos sobre Cunha, fundo, em 1977, com alguns colegas professores e demais pessoas ligadas à cultura cunhense, o Centro de Cultura e Tradição de Cunha, entidade sem fins lucrativos, tendo como sede física o “Museu Francisco Veloso”.

A partir de então, nessas duas entidades culturais, concentram-se, na medida do possível, muitas atividades culturais, no sentido de promover a cultura cunhense, atingindo não somente alunos da rede pública, como todas as pessoas e entidades interessadas na história do município cunhense.

Em 1978, tornou-se membro efetivo do Instituto de Estudos Valeparaibanos (IEV), fato que muito o satisfez. Em 1997, recebeu a Distinção Cultural Paulo Pereira dos Reis, criada por esse instituto.

Em 1987, traduziu para o português o curso sobre antropologia jurídica, ministrado pelo Professor Robert W Shirley, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no Largo São Francisco, que deu origem ao livro “Antropologia Jurídica”, publicado pela Editora Saraiva, nesse mesmo ano.

Recebeu duas vezes homenagens na Câmara Municipal de Cunha – em 1988 e 2010, por atividades culturais ligadas à história de Cunha.   
Há aproximadamente dois anos vinha organizando um amplo trabalho histórico sobre a cultura popular cunhense. Para tanto, como introdução ao tema proposto, ele fazia um retrospecto dos estudos de comunidade realizados em Cunha, a partir dos anos 1930, obras que abriram Cunha para o estudo sociológico e de seu rico folclore.
A pesquisa se intitula: “Retrospecto e Valorização da Cultura Popular Cunhense: Jongueiros, Curandeiros, Moçambiqueiros, Foliões, Trovadores, etc.”

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